Em diversas regiões do mundo, sejam na Europa, Ásia ou Américas, emergem autores notavelmente criativos, capazes de olhar para o passado sem se aprisionarem na nostalgia ou na decepção. Estes autores, de forma renovadora, conduzem uma análise crítica do pensamento revolucionário. Ao mesmo tempo, eles estão atentos às novas formas de resistência ao capitalismo que os movimentos sociais estão gerando com uma energia surpreendente em todo o mundo. O livro de Domenico Losurdo desempenha um papel fundamental nesse processo de revitalização do pensamento de esquerda. Domenico Losurdo, um historiador e pesquisador eminente, realiza uma pesquisa abrangente sobre os movimentos sociais que tiveram seu apogeu no passado e, subsequentemente, enfrentaram derrotas. Ele traça essa análise desde a revolta dos judeus contra o Império Romano, mas dedica uma atenção especial à Revolução Francesa e à Comuna de Paris. Isso permite situar e examinar a Revolução Russa ao longo do tempo, destacando suas conquistas, suas fragilidades e seu legado. Losurdo expõe as artimanhas utilizadas pelo anticomunismo para intimidar, aprisionar e, por vezes, até fascinar os comunistas abalados pela derrocada da União Soviética. Ele realiza uma análise histórica das múltiplas pressões que contribuíram para essa derrota e aborda, sem reservas, as falhas internas que enfraqueceram o regime soviético. No entanto, ele não se submete à narrativa negativa amplamente difundida pela mídia ocidental em relação à União Soviética. Outro grande foco do livro é a Revolução Chinesa, um movimento que deixou sua marca indelével no século XX e que continua em constante evolução, desafiando a compreensão do mundo político e intelectual. Este tema se entrelaça com o primeiro, ampliando ainda mais a profundidade da análise de Losurdo.
